Por que os Artistas não se Mobilizam nessa Pandemia?

17 de março de 2020

Alemanha Presta Socorro à Classe Artística.

      “A cultura não é apenas um luxo que se entrega durante os bons tempos”.
        Nestes tempos de crise com o novo coronavírus, a Alemanha está dando um belo exemplo a ser seguido.

Notícias sobre Artistas | EXAME

    Em um novo comunicado, a ministra da Cultura do país europeu Monika Grütters prometeu assistência financeira a todas as instituições de arte que forem prejudicadas pela pandemia. Foi criado um fundo público destinado a ajudar exclusivamente artistas e profissionais independentes. Os valores dos depósitos chegam a 5 mil Euros (R$17.345,00) para ajudar essas categorias durante 3 meses.
“Estou ciente de que essa situação coloca um grande fardo para as indústrias culturais e criativas e pode causar angústia considerável, especialmente para instituições menores e artistas independentes disse Monika.”
      A decisão chega após a cidade de Berlim ter fechado todas as instituições culturais até 19 de abril. Segundo Grütters, “a cultura não é apenas um luxo que se entrega durante os bons tempos”, ressaltando a necessidade de que essa indústria se mantenha o mais estável possível dentro do conturbado contexto.
    "Por isso, ela recomenda o diálogo entre o governo e a classe artística para encontrar uma solução viável, garantindo que haverá de alguma forma este apoio."

Novo Coronavírus e o Impacto no Mercado do Entretenimento:

      A Alemanha certamente não é o único lugar onde o novo coronavírus terá um impacto forte no mercado da música e de outras modalidades artísticas.
Ainda que não tenha deixado claro quais os procedimentos que serão adotados para essa assistência, o país larga na frente de basicamente todos os outros — inclusive o Brasil — ao entender o impacto da doença no mundo do entretenimento.
     No Brasil, a pergunta que não quer calar é: o que está faltando para os artistas e os respectivos sindicatos que representam a classe se mobilizem para cobrar dos governos (federal, estaduais e municipais) ajuda financeira nesse momento de crise aguda? Afinal, em 2018, segundo a PNAD Contínua, o setor cultural empregava mais de 5 milhões de pessoas, representando quase 3% do PIB. Além disso, a informalidade nesse setor vem aumentando consideravelmente desde 2014, o que reforça a necessidade de socorro financeiro à classe por parte dos governos.
    É preciso, urgentemente, abrir canais de diálogo com os diversos setores políticos e governamentais a fim de que seja encontrada uma solução que possa evitar o agravamento da situação de uma classe que já vinha enfrentando sérias dificuldades mesmo antes da pandemia da covid 19.
     O debate nas Redes Sociais é muito importante, mas é preciso que a classe artística e seus sindicatos "entrem em campo" e ponham em prática ações eficazes para que o pior possa ser evitado.
     

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