A Iniciativa do Itaú que a CSN não Teve
O programa Rumos Itaú Cultural, criado em 1997, vem possibilitando ações artísticas e culturais que alcançaram mais de 6 milhões de pessoas, selecionou artistas, pesquisadores e produtores, construiu relações culturais e afetivas e gerou outros programas, reinventando-se a cada edição. A iniciativa já recebeu mais de 64,6 mil inscrições desde a sua criação, vindos de todos os estados do país e do exterior. Destes, foram contempladas mais de 1,4 mil propostas nas cinco regiões brasileiras, que receberam o apoio do instituto para o desenvolvimento dos projetos selecionados nas mais diversas áreas de expressão ou de pesquisa.
Principal meio de apoio do Itaú Cultural à cultura brasileira, o objetivo do programa sempre foi valorizar a diversidade brasileira, estimular a criatividade e a reflexão sobre a cultura em nosso país e premiar artistas e pesquisadores de várias áreas.
Através de editais, ano após ano, vem sendo contemplados artistas e projetos nas áreas de produção artística ou de reflexão sobre a cultura: artes visuais, arte e tecnologia, dança, música, cinema e vídeo, educação, literatura, jornalismo cultural e gestão cultural.
Basicamente o programa avalia e seleciona projetos culturais relevantes, transforma esses projetos em obras de arte, depois realiza uma série de shows, exposições, lançamentos e espetáculos, além da produção de CD's, DVD's, livros e catálogos, distribuidos gratuitamente a bibliotecas e instiuições para consulta pública.
Os resultados alcançados até aqui pelo programa "Rumos", do Itaú Cultural prova que o investimento do setor privado na cultura traz inúmeros retornos para as empresas, artistas e para o público, ou seja: é bom para todas as partes envolvidas.
Infelizmente muitas empresas brasileiras não têm essa visão ou essa vontade e deixam de investir num setor que gera milhões de empregos em todo o Brasil e que movimenta uma imensa cadeia produtiva envolvendo diversos setores da nossa economia, como o turismo, comércio, indústria e serviços, entre outros.
No caso específico de Volta Redonda, poderíamos citar a CSN - Companhia Siderúrgica Nacional - como exemplo dessa falta de visão ou de vontade de investir mais na cultura. Principalmente nesse momento de crise, a empresa poderia estar apoiando o setor cultural através de programas ou editais similares ao do Itaú Cultural.
Instalada há décadas na cidade, a empresa, que não paralisou as suas atividades por conta da pandemia da covid 19, ao contrário de tantas outras do comércio, indústria e serviços, mantém um centro cultural em Volta Redonda, mas suas ações na área da cultura têm sido muito tímidas comparadas com o faturamento da empresa.
A atual administração pública vinha afirmando, desde que assumiu, que iria iniciar uma nova fase de "bom relacionamento" com a CSN, objetivando convencer a empresa a investir mais na cidade que abriga a maior usina siderúrgica da América Latina. Lamentavelmente não é bem isso que temos visto na prática, ao menos com relação ao setor cultural.
Conclamamos os representantes dos poderes executivo e legislativo de Volta Redonda a dialogarem com a CSN, com outras empresas e com a sociedade civil organizada, a fim de que possam achar soluções viáveis, não só para a cultura, mas para outros setores importantes da economia do município, que se encontram com as suas atividades paralisadas, o que vem prejudicando um grande número de pessoas que dependem dos seus empregos para prover o sustento das suas famílias. Temos visto, na mídia nacional, que várias empresas vêm ajudando no combate ao novo coronavírus.
Link para a Matéria do G1 (Sul do Rio e Costa Verde:
Num artigo publicado no dia 20/03/2020 no site G1 (Sul do Rio e Costa Verde), cujo link se encontra abaixo, a CSN afirma que está em contato com as autoridades locais, estaduais e nacionais e que "está aberta à colaboração para o bem estar da cidade de Volta Redonda."
Se realmente é assim, vamos incentivar o diálogo para, juntos, acharmos soluções que possam amenizar o drama das pessoas que perderam seus empregos ou estão ameaçadas por conta da pandemia da covid 19.
Se realmente é assim, vamos incentivar o diálogo para, juntos, acharmos soluções que possam amenizar o drama das pessoas que perderam seus empregos ou estão ameaçadas por conta da pandemia da covid 19.
Link para a Matéria do G1 (Sul do Rio e Costa Verde:
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